terça-feira, 21 de abril de 2009

MAM comemora 50 anos

Inovações artística e preservação da memória na exposição “BO no MAM 1959 – 1964.
A exposição “BO no MAM”, de Mario Cravo Neto, inicia a programação de comemoração dos 50 anos do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A exposição está aberta ao público até o dia 14 de abril. É uma homenagem a Lina Bo Bardi, arquiteta italiana que projetou o MAM nos prédios do Solar do Unhão. Os prédios, até a sua intervenção, estavam em estado de degradação e precariedade, sendo usados inclusive como depósito de madeira e ferro.
“Lina fez todo o projeto de restauração do complexo arquitetônico da Quinta do Unhão (Solar do Unhão) para receber o Museu de Arte Moderna. Existia no projeto também o Museu de Arte Popular. Ela valorizava muito a cultura popular e, aqui no Brasil, ela encontrou um campo vasto para o desenvolvimento de suas ideias”, afirma Roseli Amado, coordenadora no Núcleo de Arte e Educação do MAM.
Mário Cravo Neto fez a instalação em site specific . Nesta instalação, se apropriou das imagens de Voltaire Fraga para fazer plotagens das fotografias em tamanho real. As fotografias foram exibidas nas paredes do seu local de origem, reformado por Lina Bo Bardi. “Nós temos a nítida sensação de continuidade do espaço, de imersão no tempo”, declara Roseli Amado.
Os visitantes da exposição também tiveram essa sensação de penetração no ambiente. As fotos em tamanho grande, a trilha sonora e a iluminação permitem uma transposição à década de 1960 e desperta sensações confusas, como uma ilusão. “É interessante e até estranho, tinha uma escada na fotografia e eu fiquei com vontade de dar um passo para subi-la, mas não podia”, afirma, admirada, Ameli Beaumont, turista francesa.
O MAM já foi residência de fidalgos e fábrica de rapé. Hoje, interpenetra a sua função histórica com o espaço urbano, sem perder seus aspectos peculiares.
Lina Bo Bardi foi uma vanguardista arquitetônica que sabia preservar a tradição sem petrificar o passado, ou seja, ela entendia que um monumento arquitetônico antigo não precisava ser excluído da cena urbana contemporânea, mas que deveria dialogar com o novo. Por isso, para Mario Cravo Neto, a exposição é uma homenagem a Lina Bo Bardi e a arquitetura colonial.
De acordo com Solange Farkas, diretora do MAM e curadora da exposição “BO no MAM”, em entrevista ao site do museu, “Mario Cravo Neto conseguiu se apropriar do universo de Lina através das imagens de Voltaire Fraga. As imagens registradas são de antes da reforma pensada por Lina, por isso temos a percepção do ambiente do casarão antes e depois da interferência dela que nos remete a uma viagem ao passado”.
Dayanne Pereira

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